sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Oblivion

Primeiro, foi a bomba electromagnética.
Todos os aparelhos electrónicos deixaram de funcionar. A população saiu à rua, sem saber o que acontecera. O exército mostrou imagens à presidente. As crianças estavam nas ruas. Davam pontapés nas máquinas. Os velhos guardavam-nas. Sentados nas escadarias dos umbrais. A presidente deu a segunda ordem. Houve um barulho enorme. As crianças pararam. O reflexo nos seus olhos durou meio segundo. O clarão da segunda bomba destruiu prédios, ruas e umbrais.
Os filhos da cidade foram dizimados.

No fim do dia, a presidente chegou a casa. Pousou a sua carteira. Tirou e pendurou o casaco. Beijou o seu marido. Sentou-se e encostou-se a ele. Disse-lhe, “estou grávida”.
A vida persiste.

Sem comentários: