sexta-feira, 4 de novembro de 2011

17. Hopper e os espaços entre a vida.

Se calhar Edward um dia resolveu guiar. Escolheu duas cidades, em pontas opostas. Percorreu esse caminho. Em ambas as cidades conhecia a vida. Mas no seu intervalo não existia nada. Os pequenos edifícios eram ocos. As pequenas pessoas eram ocas. As poucas acções eram ocas. Como se o caminho fosse o inverso de um túnel, como se tudo fosse falso.
Quando chegou à cidade tentou sentir de novo a diferença. Mas não conseguiu. Tentou (esforçou-se!) aprofundar a questão da realidade. Aceitou o óbvio. Das janelas do seu prédio via outros prédios. Mas os edifícios eram ocos. As pessoas eram ocas. As poucas acções eram ocas.
Edward era americano, resignou-se em habitar a fachada.



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